quarta-feira, 6 de setembro de 2023

O nada

 Desde que entendi que eu não preciso alimentar a cobrança e as espectativas que foram jogadas em cima de mim, compreendi que o fardo não é tão pesado quanto parece. 

Me sinto satisfeita em assumir que não sou nada e me contento com a ideia de não ser alguém. Se comparado ao tamanho do universo, eu sou insignificante e apesar disso, é aí que entendo o privilégio e toda a grandeza da minha existência.

Me sinto abençoada (nem sempre), por poder presenciar toda a grandeza do universo, de compreender que a minha maneira e os meus caminhos não são os únicos corretos e que ele não funcionará para todos, assim como possivelmente os outros não funcionaram para mim. 

Estamos todos construindo os nossos caminhos, alguns ainda estão no começo ou foram atrasados, alguns outros descansam preguiçosamente por conta da bagagem que foram obrigados a carregar. De qualquer forma, entendi em algum momento que todos nós temos histórias tristes para contar e que não cabe a mim, esse excelentíssimo "ninguém" julgar a "pequenez" de atitudes e comportamentos dos outros, eu não conheço os caminhos pelos quais esses trilharam. Ainda assim, me permito a ter sentimentos de raiva, rancor, "ódio", amargura ou mágoa, eu sou só humana e mais ainda, sou mulher. Estou fadada as condições biológicas mesmo após o fim da minha consciência. Sendo assim, me permito sentir as sensações humanas e hoje, deixo ir as que não me cabem mais em determinados momentos.

Se permita ser, algumas vezes ao longo da sua vida um magnífico "nada". Prometo que vai te fazer bem.

Nenhum comentário: