quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Somewhere in time

 Pode parecer estupidez, e talvez até fosse, mas em algum momento eu decidi que não teria ídolos, que não seguiria os passos ou exemplos de ninguém. Eu ainda era adolescente e foi uma construção árdua, me tornar EU, cada dia mais.

Passei papo de alguns anos aí perdida, a deriva dentro de mim, parecia que não havia a possibilidade de existência há não ser através de pegadas alheias. Até que já não era mais assim, até que eu aprendi a me permitir, a ser a esquisita, a ser a que tem a risada de "doida", a Jey jey que não tem como ficar encantado quando está brava, a que fala um monte de besteiras (nenhuma mal criada ou baixa), a que não fica editando as coisas na cabeça antes de falar com medo do que vão pensar. Quem convive comigo acaba aprendendo que o meu "não", não é uma ofensa ou uma rejeição como costumam encarar, é só um limite que eu não tenho a capacidade ou simplesmente não quero ultrapassar.

No final das contas as pessoas se sentem bem a vontade perto de mim, eu dificilmente vou julgar as pessoas que convivem comigo. As vezes eu acho algumas atitudes um pouco imprudentes, mas não sou eu quem deve decidir isso...

Tem sido uma bela surpresa, que por baixo daquelas cascas existia alguém tão querido...

Enfim, eu ainda tenho aí meus momentos de raiva, desprezo, inveja, ciúme e por aí vai, mas nenhuma dessas coisas permanecem por mais de dois minutos dentro de mim, não alimento mais sentimentos negativos. E pela glória de minha mãe, procuro não reclamar, jamais, ainda que a princípio não seja algo que me favoreça, consigo encontrar coisas boas nas situações

Enfim, é isso, quero buscar ser uma pessoa cada dia melhor, sem que isso me tornei uma Carola puritana, coisa que eu tô bem longe de ser. E uma das coisas que eu mais detesto ouvir/ler hoje em dia é: "Ain, que as pessoas não tem mais pudor nem valores, o mundo tá perdido", sim, pq você conhece o mundo inteiro... Arrogância do cacete...

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