segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Depressão e ansiedade

 Eu acho interessante em observar o que a depressão me tirou, pequenos prazeres que eu tinha na vida. Ler letras de músicas, traduções, aprender a cantá-las, colorir meus cabelos e até as unhas (coisa que era muito mais frequente), ler, mas ler muito, no nível de ler as brumas de Avalon em uma semana (não tenho nem mais tempo pra isso). Sei lá, passei anos desejando não sentir nada, não ter sentimentos, não ter de suportar mais a dor... Hoje, o prozac me proporciona isso. No início foi muito pior, eu não conseguia sequer chorar, daí eu vi que nem o desprezo é fácil assim.

Sobre a ansiedade, toda a raiva que eu sentia se transformava em irá, qualquer que fosse o motivo. Centenas de cenas de violência se repetiam na minha mente, como uma forma de me vingar de quem me fez mal. Foram horas perdidas, momentos desperdiçados, mas que culpa tinha eu? Somente a de não ser madura o suficiente para compreender que, quem me fez maldade não tinha condições sequer psicológicas para fazer algo de bom, seja lá para quem fosse. Foi compreendendo isso que o ódio começou a ir embora. Não me entenda mal, eu compreendi, não concordei, por mais impossível que pareça essa é a distância entre sua paz e seu rancor. Parece muito distante, mas não é. Parece muito próximo, mas também não é. 

É um mistério...

Nenhum comentário: