segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

 Estamos aí, aguardando o "pior". Com tantas complicações de saúde, acho muito difícil meu pai sobreviver sem nenhuma sequela. Está na sonda no hospital, usando fralda e por aí vai.

É muito estranha a sensação, eu achei que quando esse dia chegasse eu cagaria pra ele, mas não é bem assim. Dói, dói saber que ele vai morrer, que vai morrer sofrendo, que talvez não consiga nem se despedir por não estar mais lúcido, dói saber que ele não vai ser capaz de se redimir com meus irmãos ao menos...

Eu não queria sequer ter de sofrer pelo luto, não queria ter de imaginar que poderia ter sido diferente, que eu, poderia ter tentado mais. Quando a gente para, para pensar nessas coisas, as ideias não parecem absurdas e quase tudo parece possível, talvez, se julgar somente por um dos lados seja realmente, mas somente nesse caso, enfim. Talvez fosse até melhor se ele morresse logo, se não houvesse esperanças enquanto ele ainda respira... 

Eu não sou o monstro que ele foi, e isso também me enche de rancor, eu não sou capaz nem de odiar por inteiro. Que inferno

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