Se minha timidez e insegurança me permitirem, vou contar a minha história favorita da vida. Não que eu ache que alguém vá ver, mas ao menos fica o registro.
Fica o link: Tik Tok
Se minha timidez e insegurança me permitirem, vou contar a minha história favorita da vida. Não que eu ache que alguém vá ver, mas ao menos fica o registro.
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No fim da minha infância, meus gostos começaram a se desenvolver. Lembro que um dos últimos filmes em que admirei uma mulher por seu estilo, foi na Bruxa de Blair. A gótica, com sua maquiagem pesada e roupas pretas. Até então, não havia sentido necessidade de ser como ela, de "copiá-la", eu somente me identificava, acho que muito possivelmente por causa da sombra que eu já carregava dentro de mim, um monstro gigantesco que hoje entendo que só precisava ser abraçado. O monstro que eu criei para me proteger, da pedofilia, da violência psicológica e física. Antes disso, eu era uma criança muito religiosa, subia na capela do último andar do colégio que estudava, que sempre estava fechada, mas ainda assim, eu me ajoelhava nos degraus de mármore branco e rezava, rezava e rezava, esperando que alguém me ouvisse. Ninguém nunca me respondeu...
Me recordo que nesse mesmo colégio eu costumava me esconder na biblioteca, onde haviam grandes estantes de madeira, abarrotadas de livros de cima a baixo. Como estudava em período integral, no período da tarde geralmente tínhamos catequese ou etiqueta (me parece tão absurdo hoje em dia), e eu simplesmente não me interessava nem um pouco em etiqueta... Mas aquele colégio, sua capela, igreja e biblioteca, foram meu refúgio. Minha brincadeira favorita, era a de explorar aquela construção centenária com meus coleguinhas. Gostava de fazer o sinal da cruz quando os padres passavam, gostava até de beijar suas mãos... Essas coisas parecem não ter importância alguma se levar em consideração como o texto começou, mas foram acontecimentos que me levaram a ser quem eu sou hoje,l. Eu tive de retornar a minha infância pra deixar de me sentir a farsa que eu me sentia, e realmente, durante alguns anos, eu não fui nada mais do que isso. Poucas foram as pessoas que conheceram a melhor parte de mim, acho que o Felipe foi a última delas.
Voltando ao primeiro assunto do texto, hoje, fica muito claro para mim o quanto se expressar é importante, e o quanto as expectativas das outras pessoas são só expectativas, e que na maior parte do tempo, bem e mal são só feridas que causamos nos interesses alheios. As pessoas vão te julgar uma pessoa ruim se você não abandonar as suas necessidades para suprir as delas, e dificilmente vai valer a pena.
Eu espero honestamente que algum dia, em algum lugar, esse texto encontre alguém e que esse mesmo texto possa ser como uma lanterna no poço escuro em que as vezes nos encontramos.
A tatuagem é só pra ilustrar um pouco da minha personalidade, um pouco do que há dentro de mim.
P.S: Nunca se sinta culpado por se priorizar e se puder, estenda a sua mão a quem julgar merecer, isso é um bem que você faz principalmente a você.
(Como eu gostava de colocar uns P.S nos meus textos... rs)